quarta-feira, 11 de abril de 2012

Desratizar sim; enganar, não

Era o ano de 1992. Fazia cobertura de Esportes. Mas experimentei, um pouquinho, do que seria minha vida profissional nos anos seguintes - com a Polícia. Eu cobria esporte amador. Certo dia passei diante da Liga Campineira de Futebol Amador e notei que estava fechada. A exatos dois dias de encerramento das inscrições para eleição. Situação, pelo menos, estranha.

Fui fuçar e descobri que o prédio havia sido fechado por causa de uma desratização. A partir daí, foram horas, praticamente 12 horas, para que eu conseguisse finalizar a reportagem. Ouvi declarações de quem era candidato da oposição e ainda não fizera a inscrição. Ouvi outros desportistas. Faltava o atual presidente da Liga.

Ele, político de carteirinha, não se deixava ser encontrado. Como não havia celular, restava-me ir até ele e usar telefone fixo para ouvir a explicação dele, de efetuar uma desratização em período tão importante para a Liga. Após várias horas, um assessor dele, jornalista, entendeu o meu recado: melhor o presidente falar do que publicar que ele não quis comentar o assunto. Ele falou e ampliou as inscrições.

Disseram que eu perderia o emprego, porque era homem-forte e que pediria "minha cabeça". Nada disto houve. Fiquei no emprego. O homem-forte perdeu a eleição e se passou a ocorrer transformação grande na Liga. Hoje penso: foi algo como a história de Davi e Golias. O gigante foi derrubado...

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