Uma esquina. Muitas histórias. O cruzamento das Ruas Barão de Parnaíba e Marquês de Três Rios, bairro Botafogo, em Campinas, tornou-se, a partir do final dos anos 1990, em reduto de traficantes que, à época, operavam a venda de uma então nova droga: o crack. O local, logo atrás da antiga Rodoviária, era de fácil acesso aos usuários de entorpecentes, inclusive aos que eram recém-chegados na cidade. A ponto de policiais militares efetuarem detenções de pessoas, que compravam drogas, minutos após desembarcarem de ônibus.
Em uma certa data, a mesma equipe de policiais militares chegou a deter pessoas em três ocorrências distintas em questão de horas. Por incrível que pareça, os agentes prenderam duas pessoas na compra do crack. Após levarem os acusados para o 1º Distrito Policial, a poucas quadras do local, os agentes deixaram a delegacia e se depararam com um casal, que vendia crack. Nova detenção e retorno aos 1º DP.
Mais depoimentos, análises iniciais no crack dos períodos, autuação do casal do por tráfico e a expectativa de irem embora. Eis que, já no final do expediente, os policiais militares passaram pela esquina, em retorno para o quartel e, pela terceira vez, flagraram o tráfico de drogas. Assim, em vez do retorno ao lar, os agentes mudaram o rumo e, como se a bater um recorde, apareceram novamente na delegacia com pessoas detidas e que carregavam drogas.
Atualmente, 2017, o local é bem menos visitado pelos usuários de crack, mas ainda rende algumas prisões em flagrante. E os policiais e guardas municipais de Campinas sabem e não descansam nesta batalha contra o tráfico.
