segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bandido preso agradece vítimas

Preso por roubo em loja de óculos de relógios, o rapaz de 20 anos e um colega de 19 são levados para delegacia do bairro Botafogo, em Campinas. Era novembro de 2012. O plano deu errado pois a dupla decidiu realizar seu ataque exatamente em loja de uma das avenidas mais movimentas da cidade - a Francisco Glicério.

Em ida para o trabalho, notei movimentação grande diante da delegacia e resolvi parar, antes de continuar meu caminho para o serviço. Ao descobrir que se tratava de um caso de flagrante de roubo, resolvi ficar no local já para coletar uns dados. Eis que um dos rapazes deu-me a melhor resposta que eu ouvira nos últimos tempos.

Ao perguntar como foi o assalto, ele me respondeu: "Eu não tenho nada que reclamar das vítimas, que ficaram quietas e até ajudaram a acalmar meu colega. Os reféns foram bons e conversaram com os PMs para que tratassem a gente direito". Pois é: em meio ao turbilhão do fim de um assalto, com prisões e arma apreendida, mesmo com o plano que deu errado, o ladrão ainda agradecia as vítimas. Já a motivação para o crime, ter de pagar uma moto que era de um amigo, não convenceu. Era melhor ele apenas agradecer os seis reféns, mesmo...

Criminosos esbajam nomes de astros

Para quem saiu da universidade (1987) sem saber o que era computador - havia apenas dois terminais do que se chamava videotexto e que eram inacessíveis - após alguns meses retomo o blog e com um laptop meu mesmo. Uma grande vitória em dias que poderiam ser amargos e com muitas trovoadas em razão da saída  do emprego.


Os nomes sempre rendem boas histórias. Na cobertura policial não é diferente. Durante muitos anos deparei-me com casos em que as identidades dos envolvidos, especialmente dos suspeitos de cries, eram dignas de menção e deram um teor diferente aos textos. Um dos casos mais emblemáticos me foi de um John Lennon. Não porque eu seja fã dos Beatles, mas sim por quando me deparei com a história em que esta pessoa estava envolvida, ela ainda era adolescente.


Desta forma, como a lei não permite a divulgação de menores de 18 anos com seus nomes nos textos, a grande diferença na história, que era de um roubo na região do Taquaral, em Campinas, ficou postergada para um momento em que o rapaz já fosse maior de 18 anos. E, por incrível que pareça, isto demorou, mas aconteceu. Por quatro anos visualizei boletins de ocorrência diariamente até que chegou o dia. O tal John Lenon - isto mesmo, Lenon com apenas um N - praticou outro roubo e foi pego pelos policiais.


Nesta data, consegui relatar toda a história e citar um homônimo do ex-Beatle. Disse-me que roubava por que era difícil arrumar emprego e levar dinheiro para sua mãe. Pelo menos a mãe dele não se chamava Julia, como a do cantor e compositor inglês.


Outros dois nomes de astros que permearam as coberturas policiais em Campinas durante duas décadas: Michael Douglas (ator) e James Dean (também ator), com as mais diferentes grafias para os dois nomes. Outro astro lembrado e grafado Ervi Peslei também me mostrou como o gosto por um astro pode influenciar as pessoas e levá-las a adotar em filhos. Infelizmente, de modo diferente ao dos astros, as pessoas aqui mostradas acabaram, de algum jeito, na rota do crime...