sexta-feira, 15 de março de 2013

Mulher vai em DP e exige vários BOs

A vida de quem trabalha em uma delegacia de Polícia Civil é intensa e cheia de fatos pitorescos. Para quem ainda duvida, aí vai então. Começo de manhã, quase final de um plantão de 15 horas no 1º Distrito Policial de Campinas, no bairro Botafogo. Eis que aparece uma mulher, de uns 30 anos, que vai direto para o policial.

Sem pestanejar, ela dispara: "Eu preciso fazer um BO (Boletim de Ocorrência), porque meu irmão me pôs pra fora de casa. O policial olha e passa a explicar que o fato pode ser registrado diretamente em um local específico - a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A mulher, então, sem deixar passar um minuto, argumenta mais uma vez: "Quero fazer um outro BO por meu irmão ter batido em mim".


Novamente o policial indica que os dois fatos podem constar do mesmo BO e que não seria preciso dois registros. Já a demonstrar certa exaltação, a mulher cobra um BO, um outro documento policial, por dizer foi mal-atendida em um posto médico. O policial a olha, balança a cabeça. Foi o tempo para a mulher, outra fez, disparar: "Perdi meus documentos e preciso de um BO". No final das contas, ela  deixou a delegacia com um documento, com o registro da perda do RG e demais documentos, pois desistira dos demais pedidos.


"Final de plantão é como curva de rio. Tudo enrosca" é o ditado que, mais uma vez, pôde-se notar nesta história...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Matou por vingança e acabou preso

Um morador de rua, identificado na Polícia Civil como Leandro de Oliveira Antônio, de 30 anos, acabou preso, na segunda-feira (4/2/2013), em Campinas, acusado de participar do assassinato de um homem, inclusive com o uso de uma sacola plastica na cabeça da vítima. Houve apoio da Guarda Municipal (GM). A execução de Ismael de Souza Júnior ocorreu na madrugada de 25 de janeiro deste ano em trecho da Rua Álvares Machado, no Centro de Campinas, perto de terminal de ônibus. Antes de ser asfixiado, segundo verificaram policiais civis do Setor de Homicidios e de Proteção à Pessoa (SHPP), Souza levou uma forte pancada na cabeça, o que o deixou desacordado.

Os investigadores da equipe Jaguar 5 também descobriram que uma mulher teve participação, mas não foi encontrada na segunda-feira. O delegado Rui Pegolo, do SHPP, conseguiu junto à Justiça, a prisão temporária do acusado por 30 dias, inicialmente. O motivo do crime teria sido uma agressão praticada pela vítima contra uma amiga de Leandro, na mesma madrugada. Souza Jr. estava com uma das pernas quebradas e em cadeira de rodas quando foi atacado. O suspeito foi identificado, inclusive, com verificação de imagens de sistema de câmeras da Prefeitura de Campinas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bandido preso agradece vítimas

Preso por roubo em loja de óculos de relógios, o rapaz de 20 anos e um colega de 19 são levados para delegacia do bairro Botafogo, em Campinas. Era novembro de 2012. O plano deu errado pois a dupla decidiu realizar seu ataque exatamente em loja de uma das avenidas mais movimentas da cidade - a Francisco Glicério.

Em ida para o trabalho, notei movimentação grande diante da delegacia e resolvi parar, antes de continuar meu caminho para o serviço. Ao descobrir que se tratava de um caso de flagrante de roubo, resolvi ficar no local já para coletar uns dados. Eis que um dos rapazes deu-me a melhor resposta que eu ouvira nos últimos tempos.

Ao perguntar como foi o assalto, ele me respondeu: "Eu não tenho nada que reclamar das vítimas, que ficaram quietas e até ajudaram a acalmar meu colega. Os reféns foram bons e conversaram com os PMs para que tratassem a gente direito". Pois é: em meio ao turbilhão do fim de um assalto, com prisões e arma apreendida, mesmo com o plano que deu errado, o ladrão ainda agradecia as vítimas. Já a motivação para o crime, ter de pagar uma moto que era de um amigo, não convenceu. Era melhor ele apenas agradecer os seis reféns, mesmo...

Criminosos esbajam nomes de astros

Para quem saiu da universidade (1987) sem saber o que era computador - havia apenas dois terminais do que se chamava videotexto e que eram inacessíveis - após alguns meses retomo o blog e com um laptop meu mesmo. Uma grande vitória em dias que poderiam ser amargos e com muitas trovoadas em razão da saída  do emprego.


Os nomes sempre rendem boas histórias. Na cobertura policial não é diferente. Durante muitos anos deparei-me com casos em que as identidades dos envolvidos, especialmente dos suspeitos de cries, eram dignas de menção e deram um teor diferente aos textos. Um dos casos mais emblemáticos me foi de um John Lennon. Não porque eu seja fã dos Beatles, mas sim por quando me deparei com a história em que esta pessoa estava envolvida, ela ainda era adolescente.


Desta forma, como a lei não permite a divulgação de menores de 18 anos com seus nomes nos textos, a grande diferença na história, que era de um roubo na região do Taquaral, em Campinas, ficou postergada para um momento em que o rapaz já fosse maior de 18 anos. E, por incrível que pareça, isto demorou, mas aconteceu. Por quatro anos visualizei boletins de ocorrência diariamente até que chegou o dia. O tal John Lenon - isto mesmo, Lenon com apenas um N - praticou outro roubo e foi pego pelos policiais.


Nesta data, consegui relatar toda a história e citar um homônimo do ex-Beatle. Disse-me que roubava por que era difícil arrumar emprego e levar dinheiro para sua mãe. Pelo menos a mãe dele não se chamava Julia, como a do cantor e compositor inglês.


Outros dois nomes de astros que permearam as coberturas policiais em Campinas durante duas décadas: Michael Douglas (ator) e James Dean (também ator), com as mais diferentes grafias para os dois nomes. Outro astro lembrado e grafado Ervi Peslei também me mostrou como o gosto por um astro pode influenciar as pessoas e levá-las a adotar em filhos. Infelizmente, de modo diferente ao dos astros, as pessoas aqui mostradas acabaram, de algum jeito, na rota do crime...