domingo, 15 de abril de 2012

Garoto zomba, mas cai na mão do tráfico

Poderia ter sido um dia tranquilo para aquele garoto de 11 anos. Mas ele não gostava da passividade. Já conhecido por policiais pelo envolvimento com drogas, naquela manhã de 2007 estava ele lá, no estacionamento do 4º Distrito Policial (Taquaral), em Campinas, em prédio onde também funcionava a Delegacia da Infância e Juventude (DIJ).

Naquela oportunidade, o garoto tinha sido pego com 141 porções de cocaína, além de dinheiro, já originado de vendas. Aparentando tranquilidade de irritar, o garoto relatava que pegava mesmo a droga, vendia e ganhava dinheiro. "Pra que, senhor, eu faço isto?" "Pra ter tênis bom, roupa de marca. Estudar pra que?". Diante de uma forma tão vil de ver o mundo naquela tenra idade, eu senti meu estômago ruir. Enroscar-se.

A vontade era um misto de sair daquele local e também de dar uma bordoada naquele garoto, que ria, zombava na forma de falar. Restou-me uma única colocação:"Droga mata, carinha. Ou por uso ou por tiro". Cerca de dois anos após este episódio, soube da morte do garoto. Não morreu por usar a droga ainda, mas por ter tentado ser mais esperto que outros, que arrumaram para que levasse uns 15 tiros. A alma dele aprendeu pela dor.

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