segunda-feira, 9 de abril de 2012

A perda de um ídolo e a profissão

Bem, esta história não é, efetivamente, sobre a profissão. Mas sobre como uma determinada data marcou um dia em minha vida de jornalista. Foi quando o cantor Renato Russo morreu. Lembro-me como se fosse hoje. Soube da notícia pelo rádio do carro da empresa em que trabalhava. Aliás, um dos dois únicos veículos que tinham o equipamento.

A notícia caiu como um avião sobre minha cabeça quando eu, fotógrafo e motorista chegávamos na cidade de Mogi Guaçu, a cerca de 1 hora de Campinas. A intenção era apurar a história de fuga na cadeia da cidade. Mas a partir do momento em que o carro estacionou e a notícia saiu pelo rádio, a fuga se tornou secundária naquele dia. Mesmo que fosse este o meu trabalho.

Pela minha cabeça passaram-se os vários anos em que enquanto estudante de Jornalismo ouvia a Legião Urbana. Aliás, recordei-me da primeira vez que ouvi as canções da banda, em um disco trazido por um colega que estudava na Unicamp, Jarbas, que era carioca. Em um almoço na república dele, em uma tarde, quase rachamos o disco de vinil de tanto tocar.

E alguns anos depois, vinha o luto. Nunca pensaria que a banda se perderia, acabaria. Nunca pensei na morte de Renato Russo. Quantas festas embaladas pelas canções eu tinha passado. Quantas madrugadas eu havia estado a ouvir as músicas mais românticas e a pensar em alguém que gostaria de estar mais próximo? Tantas vezes pulei e cantei nas festas "Fábrica" e "Quase sem Querer". Enfim, fiz a reportagem sobre a fuga, triste, mas fiz. Pois "não temos tempo a perder" na profissão.

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