segunda-feira, 9 de abril de 2012

O garoto de muitas delegacias

Ele poderia ser chamado de Ligeirinho - aquele ratinho mexicano dos desenho do Pernalonga. Mas era Robertinho. Este garoto, em questão de pouco mais de um ano, foi parar em delegacias de Campinas por oito vezes. Em seis oportunidades, o mesmo delegado, Diez Júnior, foi quem o recebeu. Este garoto, morador de um bairro da periferia de Campinas, meteu-se em todo o tipo de confusão, de furtos até estar com um bandido que levava uma pessoa em sequestro-relâmpago e que se envolveu em troca de tiros com policiais militares.

Bem, o delegado o conhecia muito bem. Tinha em mente que, caso o garoto, então com cerca de 12 anos, continuasse naquela vida, não tardaria a morrer. "É uma questão social. Mas ele precisa de apoio para virar a vida", não se cansava de falar Diez Jr. Delegado novo de idade, mas com boa experiência em vários setores da Polícia Civil, ele sabia qual poderia ser o fim de Robertinho. E bem breve.

Em certa data, o garoto novamente foi pego por policiais com carro furtado. Ele ria por saber que nada aconteceria, que seria liberado para voltar às ruas. Mas exatamente nesta noite, o delegado conseguiu que o garoto ficasse em um abrigo, como forma de garantir a própria segurança dele. Robertinho aprontou mais outras. Porém não mais ouvi ou li relato em Boletins de Ocorrência (BOs) sobre ele. Talvez tenha se regenerado. Talvez mudado de cidade. Ou talvez ocorrido o pior. Lembram-se da história de Pixote, que vioru filme? É para se pensar em medidas sociais para evitar maiores problemas para a sociedade.

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