terça-feira, 18 de abril de 2017

Histórias são histórias, nunca sejam desprezadas

Para quem gosta de apurar histórias, não há enredo mais importante que o outro. Não há bola perdida, como se fala no futebol. Para o repórter que batalha diariamente, por anos, todas as histórias são importantes, todas precisam ser bem apuradas e escritas, pois o leitor sempre, sempre merece o melhor, com esmero e fidelidade aos fatos. Daí ir para cada apuração, como frequentemente digo, para cima dos fatos como quem ataca um prato de comida.

E foi exatamente uma história que nasceu pequena, acanhada, que mais me trouxe comentários em minha vida profissional. Um garoto, que sumiu de casa, por causa de um beijo, disparado em uma amiga de escola, foi a personagem. Sumido, sua mãe procurou a Polícia. Dentre tantos Boletins de Ocorrência (BOs) que eu via, diariamente, reparei neste desaparecimento. E fui atrás. Descobri endereço da família, fiz as entrevistas, obtive fotos, que foram reproduzidas e publicadas em um jornal diário de Campinas.

Eis que poucas horas depois de o jornal estar em circulação, uma pessoa viu a criança, então com uns 10 anos, confrontou o semblante dela com o da foto publicada, acionou policiais militares, que, com a altivez e a responsabilidade de sempre, chegaram até o garoto. A mãe do menino foi avisada e o reencontrou. Ela ligou-me para agradecer. Anos depois, quando fui à cidade da regiáo onde a família morava, para uma cobertura jornalística, a mãe do garoto me encontrou pessoalmente. E por caso.

Ela trabalhava no local onde fui e percebeu quando me apresentei pelo nome aos policiais que ali estavam. A mulher se aproximou e me abraçou para, mais uma vez, agradecer por ter ajudado a encontrar seu filho, que agora já tinha 18 anos. Então reparei, de novo, o quão importante era dar atenção a todos os fatos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário