sábado, 22 de abril de 2017

De um bate-papo, a história do dia

Quando se está atrás  de histórias, por vezes o acaso é fundamental. Foi isto que ocorreu lá pelos idos  de 2010. À procura de um bom assunto para abordar, eis que me detenho diante um garoto, que se aproxima e pergunta se trabalho na  delegacia. De pronto, respondo que não. E engato a pergunta: "O que faz aqui, de que precisa?". O adolescente, então, olha-me de forma fixa. Olha para os lado. leva alguns segundos para vir com a resposta.

"Estou aqui pois fui numa festa. Quando saía de lá, fui assaltado. Agora não tenho como voltar para casa e não sei como explicar para meus pais. Não contei que saí de casa ontem para ir numa festa rave", relatou o garoto de 15 anos. Pensei profundamente e disse a ele que precisava registrar o roubo, principalmente se tivessem levado documentos dele. Também falei que o melhor era ligar para os pais e contar a verdade, pois, caso contrário, em outra ocasião, não mais lhe deixariam sair.

O garoto sorriu e, pausadamente, disse que era mesmo. Falei a ele que precisaria pegar uma senha para ser atendido. Assim, ainda toquei no assunto da festa. Perguntei onde tinha ocorrido e desde que horas no dia anterior. O adolescente me relatou. E daquele breve contato, enquanto aguardava o carro do jornal passar para me apanhar, consegui uma história, que se tornaria maior, a principal do dia, pois descobri que mais pessoas tinham sofrido assalto na saída da mesma festa.

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