segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Telefonema para o além

A noite já caía, um crime de assassinato tinha ocorrido e apareceram dúvidas em relação a como lidar com o assunto, uma vez que um suspeito tinha sido detido pelos policiais. Isto lá por 1992. Na redação o corre-corre era grande e um colega jornalista precisava de mais informações e aumentar seu texto a pedido de um chefe. "O que eu faço então?", questionou ele.

Em uma tentativa de ajudar, opinei: "Ligue para um advogado criminalista e dê uma verificada em qual pode ser a pena, caso seja condenado, se pode aumentar os anos de cadeia, por ter sido um crime com qualificadores (características ainda mais violentas).

O colega pega o telefone e sua agenda. Liga para um. E nada. Telefona para o segundo. Nada consegue; assim como no terceiro, pois era noite já e não havia telefone celular. Desta forma, somente ligar no escritório ou, se tivesse sorte, na casa do advogado.

A lista do colega já acabava. Até que alguém atendeu. Ele foi rápido: "sou o repórter tal, posso falar com o doutor?". A voz do outro lado da linha responde: "Não tem como. Esqueceu que ele morreu faz uns 3 meses?".

Chateado, o colega resolveu desistir daquela procura. Entregou o texto com número menor de linhas que havia sido solicitado. Se fosse atualmente, era somente perguntar para o professor/doutor Google.

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